
quinta-feira, julho 31, 2008
As Olimpíadas com (pouca) Internet

Nolan, Soderbergh e... os dólares


Paisagens da Estónia

Um duende na cidade

TV On The Radio em Setembro
Blancmange: reedições e regresso
Stephen King em filmes de 2 minutos


quarta-feira, julho 30, 2008
Britney Spears vs. Barack Obama

Temos, agora, um novo exemplo: um spot da campanha de John McCain que coloca o outro concorrente ao cargo de Presidente dos EUA, Barack Obama, a par de figuras como Britney Spears e Paris Hilton. O spot desemboca na pergunta que McCain tem sustentado como base das suas críticas a Obama: "Is he ready to lead?" ("Será que ele tem condições para liderar?").
Vale a pena ver (analisar e discutir) o spot de McCain.
Madonna 50 vezes (6/10)

[1/5]





Uma canção para o Verão
Mais inéditos e raridades de Dylan
Alicia Keys e Jack White cantam com 007

terça-feira, julho 29, 2008
George Carlin em CD


Senhoras de 50 anos
"Material girls" (BBC 4)

Por certo, os especialistas da difamação-à-portuguesa acharão que se trata de um paralelismo anedótico, promovido por algum fan menos contido. Esquecem-se, como sempre, que não é preciso ser fan de ninguém para ter o gosto de conhecer e pensar as formas (das mais universais às mais específicas) da cultura popular. Foi o que fez a BBC 4, num programa cujo título é um delicioso achado: "Material girls".
Entre o palco e a vida selvagem

Este é Rooks, um dos temas mais “agitados” do novo álbum dos Shearwater, aqui em versão ao vivo captada na mais recente edição do SXSW. Ou seja, quase “em casa”...
Estas são a segunda e quarta das quatro partes de um filme que acompanha o lançamento de Rook, e que apresenta os elementos da banda em plenas ilhas Falkland (ao largo da Argentina), em busca de uma espécie de gralhas (“rook”) às quais pediram o nome emprestado. Algo entre uma postura à la David Attenborough e uma agenda de promoção de um excepcional disco de uma banda indie rock... Porque não? O resto da “aventura” pode ver-se no YouTube.
Byrne + Eno = 18 de Agosto
segunda-feira, julho 28, 2008
Spiritualized em concerto

Para acabar com o cinema português

Na sexta-feira, neste mesmo jornal (revista “Notícias TV”), foi publicada uma entrevista com o produtor de cinema Alexandre Valente. A pretexto do seu projecto Second Life, o entrevistado tece algumas considerações sobre o estado do cinema português que merecem ser discutidas.
Alexandre Valente considera que “durante uns 15 ou 20 anos, o cinema português foi feito não para os espectadores, mas para os amigos dos realizadores.” Será uma autocrítica, uma vez que podemos encontrar o seu nome, por exemplo, na ficha de O Quinto Império (2004), de Manoel de Oliveira [em cima: foto do filme], na qualidade de director de produção. E é um facto que O Quinto Império (8218 espectadores) não foi um sucesso. Por mim, direi que se trata de um dos objectos maiores de toda a produção artística portuguesa do último meio século. Mas isso é um pormenor. Alexandre Valente tem outra visão dos filmes. Aliás, quando lhe é perguntado “o que é que o seu cinema tem de diferente”, responde simplesmente: “O meu dinheiro.”

Curiosa condensação informativa. Na verdade, O Delfim ultrapassou os 50 mil espectadores, no contexto português um número inequivocamente positivo (há muitos filmes americanos que fazem muitíssimo menos, mas o preconceito dominante faz crer que se pode analisar a vida económica do cinema português rasurando tudo o que está à volta). Quanto a 98 Octanas, é verdade que se ficou pelo valor muito fraco de 6246 espectadores. Mas Alexandre Valente engana-se quando tenta estabelecer uma conexão automática entre o que se escreve sobre os filmes e a sua performance comercial: basta lembrar que, em dois jornais de referência (Diário de Notícias e Público), 98 Octanas foi objecto de leituras claramente negativas, não um filme protegido por amigos (nem tinha que ser).

Permito-me, por isso, reiterar o meu empenho em defender a diversidade do cinema português. E em defender um lugar, no interior dessa diversidade, para Alexandre Valente. Resta saber que sentido faz denegrir, por princípio, todos os que preferem filmar outras coisas (nuas ou vestidas). Afinal de contas, Alexandre Valente tem direito à sua voz e não pode ser responsabilizado pelo facto de nem Governo nem oposição terem qualquer projecto para o cinema português. Política, precisa-se.
A IMAGEM: Rogers/Pittsburgh Post-Gazette
Youssef Chahine (1926 - 2008)

>>> Site oficial de Youssef Chahine.
Discos da semana, 28 de Julho

Shearwater
“Rook”
Matador / Popstock
5 / 5
Para ouvir: MySpace

Lykke Li
“Youth Novels”
Warner
4 / 5
Para ouvir: MySpace

Primal Scream
“Beautiful Future”
B Unique / Warner
3 / 5
Para ouvir: MySpace

Black Kids
“Partie Traumatic”
AlmostGold / Universal
2 / 5
Para ouvir: MySpace

Cansei De Ser Sexy
“Donkey”
Sub Pop
2 / 5
Para ouvir: MySpace
Também esta semana:
M Faithfull (live), Black Affair, Nine Inch Nails, Mr Scruff, Forward Russia, Alva Noto, Billy Idol (best of)
Brevemente:
4 de Agosto: Connor Oberst, David Vandervelde, Brazilian Girls, Joseph Arthur, Elvis Presley (68 Comeback Special), Prodigy (reedições), Atlas Sound, Sonic Youth
11 de Agosto: Late Of The Pier, Levellers (reedições), Simian Mobile Disco (remisturas)
18 de Agosto: Stereolab, Dandy Warhols, Fiery Furnaces, Lindstrom, Juliana Hatfield,
Agosto: Teddy Thompson, Durutti Column (BSO), The Faint
Setembro: Brian Wilson, Giant Sand, Calexico, Okkervil River, Parenthetical Girls, The Cure, Mercury Rev, Morrissey
Madonna 50 vezes (1/5)






domingo, julho 27, 2008
Spencer Elden: agora vestido


O homem na cidade


Em tempo de colapso económico, encontrou primeiros trabalhos em pequenos e grandes jornais nos quais fez, como tantos outros principiantes, as rondas da noite entre esquadras de polícia, tribunais, quartéis de bombeiros, hospitais, enviando para a redacção pedaços de notícias cuja arte final escapava aos seus dedos. Começou no The World, depois fez notícias locais para o Herald Tribune e mais tarde trabalhou como colunista no hoje extinto The World Telegram antes de, em 1938, ser convidado para integrar a equipa da New Yorker. Datam desta etapa de descoberta e aprendizagem os textos reunidos em Sou Todo Ouvidos (o primeiro livro de crónicas que a Âmbar publicou entre nós em finais de 2006), não só um espantoso exercício do mais cativante e sóbrio jornalismo como, e sobretudo, um retrato vivo, com cor e cheiro, das gentes do lado errado da Nova Iorque dos anos 30. Já em 2007 a mesma editora lançou em Portugal O Fundo da Baía, uma segunda colecção de crónicas, datando estas de finais dos anos 40 e da década de 50.

Luís de Freitas Branco na Naxos

sábado, julho 26, 2008
"Geração Google": a nova estupidez?
Qual é a componente mais típica da "geração Google"?
(E quem pertence à "geração Google"?... Nós todos, por certo, habituados à aceleração de acesso a milhões de informações, todos os instantes esquecendo que a acumulação de dados não constitui, por si só, uma forma de saber, muito menos uma via de conhecimento.)Para Bryan Appleyard, num artigo publicado em The Sunday Times (20 Julho), a "geração Google" distingue-se pela sua crónica distracção sustentada por esses "grandes distractores" que são entidades como Microsoft, Google, IBM, Intel... Há mesmo já uma sub-geração juvenil (des)educada na permanente falta de concentração, dependente da proliferação histérica de (des)informação e levada a acreditar que há uma espécie de neutralidade indolor na acumulação de telemóveis, mails, phones disto e phones daquilo...
Citando o livro Distracted: The Erosion of Attention and the Coming Dark Age, de Maggie Jackson, Appleyard lembra o que será essa "idade das trevas" que corremos o risco de estar a construir: "À medida que se vão deteriorando os nossos dotes de atenção, mergulhamos numa cultura da desconfiança, da fraude e da desumana fusão entre homem e máquina." Primeira perda trágica deste processo: a da capacidade de concentração na leitura. Segunda perda, eminentemente civilizacional: a do prazer da leitura e, por extensão, do gosto e rigor da escrita (bem visível no "nada de ideias/vale tudo" que domina muitos discursos bloguistas).
O artigo de Bryan Appleyard poderá ser visto como sintoma de um extremo e discutível cepticismo. Seja como for, nada invalida a inquietação que refere — "a era digital está a destruir-nos, arruinando a nossa capacidade de concentração" — nem a ponderada pertinência dos seus argumentos. Vale a pena ler. Chama-se: "Stoooopid .... why the Google generation isn’t as smart as it thinks".
>>> Site oficial de Bryan Appleyard.
>>> Internet e crise de identidade — artigo publicado por The Royal College of Psychiatrists.
>>> A "geração Google" e a ideologia do "copy/paste" — artigo da BBC.
Maiakovski para sempre

avestruz exótica,
emplumada de estrofes, metros e rimas.
E o tolo que sou esforça-se por esconder a cabeça,
enfiando-a na sua plumagem sonora.
Eu não te pertenço, monstro de neve.
Minha alma
enfia-te, mais fundo, nas plumas!
Então aparecerá uma outra pátria
que vejo -
uma vida do Sul toda queimada.[...]
in 'À Rússia'
Quando abrem a porta ao porteiro

Visage, o derradeiro extraído do álbum com o mesmo título, em Julho de 1981, sucedeu a Tar, Fade To Grey e Mind Of A Toy e antecedeu, na discografia do grupo, The Damned Don’t Cry. A canção cruza os condimentos que então definiam a família neo-romântica: guitarras atentas ao melodismo, electrónicas quanto baste e heranças directas do disco sound na arquitectura rítmica. O teledisco mostra imagens do clube Blitz, o “berço” londrino do movimento.
Rolling Stones assinam pela Universal

>>> Notícia do novo contrato dos Stones: BBC, Rolling Stone, Billboard.