O Assassino
Alguém que olha alguém que olha... Não, não é um lapso de escrita, repetindo a mesma expressão: o cinema nasce dessa dialéctica em que alguém (chamemos-lhe um realizador, mas podemos dizer apenas uma câmara) contempla a acção de um outro alguém (chamemos-lhe personagem, ou apenas a suprema arte do fingimento) que, por sua vez, tenta compreender, eventualmente controlar, o mundo à sua volta, avaliando também o efeito das suas acções sobre a ilusória estabilidade desse mundo. Em boa verdade, é assim que se constroem vários filmes de Robert Bresson — pensemos em Fugiu um Condenado à Morte (1956) ou O Dinheiro (1983). Fincher é um herdeiro directo dessa arte de supor e sugerir um sentido para o sem sentido do mundo, neste caso contando com o génio de um actor chamado Michael Fassbender, mestre na arte de interpretar o absurdo sem sair do enquadramento vital do humano. É, em última instância, de uma maneira muito godardiana, um filme sobre o próprio cinema, isto é, sobre a ordem imaginária que o cinema tenta sobrepor ao mundo — como um plástico que o afoga, para melhor o ressuscitar.
Só poderemos chamar-lhe o filme do ano. Eis o trailer que, ao contrário de muitos trailers deste tempo, se organiza, não como uma "imitação" do filme, mas um filme autónomo, seguido da música de Trent Reznor e Atticus Ross para o genérico de abertura; em baixo, uma verdadeira lição de mise en scène sobre a luta que acontece quando O Assassino chega à 01h 10m 52s.
Só poderemos chamar-lhe o filme do ano. Eis o trailer que, ao contrário de muitos trailers deste tempo, se organiza, não como uma "imitação" do filme, mas um filme autónomo, seguido da música de Trent Reznor e Atticus Ross para o genérico de abertura; em baixo, uma verdadeira lição de mise en scène sobre a luta que acontece quando O Assassino chega à 01h 10m 52s.
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