quarta-feira, janeiro 02, 2019

Lindsay Lohan em tom nostálgico

Não há paparazzi no Dubai... Ou, pelo menos, é essa a convicção de Lindsay Lohan, que terá escolhido esse país para escapar à "vigilância" da imprensa de escândalos. E é um facto que, ao longo dos anos, a sua história de estrela infantil, com chancela Disney, se foi transformando em pesadelo moral e mediático.
Lohan, 32 anos, acredita que o seu novo programa televisivo Lindsay Lohan's Beach Club, tendo como cenário a ilha grega de Mykonos, a irá resgatar de atribulações passadas. Em declarações à revista Paper, é ela, aliás, a primeira a reconhecer os efeitos perniciosos de tais atribulações — seja como for, numa espécie de mantra existencial, proclama que "o passado ficou no passado".
Podemos permitir-nos duvidar da pertinência do novo caminho criativo de Lohan. Afinal de contas, Lindsay Lohan's Beach Club é um produto MTV e não consta que a ex-televisão da música tenha entrado num processo de autocrítica, de modo a superar as misérias de "reality TV" e coisas afins que passaram a dominar as suas emissões. Em qualquer caso, podemos também acreditar na sinceridade de Lohan, ela que passou a ser, claramente, um talento sub-aproveitado — lembremos a excepção que é o notável filme Paul Schrader, Vale do Pecado (2013), entre nós (e não só...) ingloriamente lançado apenas em DVD.
Apesar de tudo isso (ou precisamente por causa disso), registemos o requinte formal e o brilho simbólico com que a actriz surge na Paper, através das fotografias assinadas por Jeff Bark. Nas suas poses nostálgicas, assombradas pela miragem utópica de Hollywood, Lohan representa a personagem da estrela que nunca foi — ou que não a deixaram ser.