Perverso efeito da histeria contra as "fake news" montada por Donald Trump: subitamente, compreendemos que tal histeria conseguiu fragilizar o próprio acto de dizer — e, mais do que isso, a responsabilidade que o acto envolve. Em dias recentes, em particular após a cimeira de Helsínquia, tornou-se mesmo imperioso assumir uma renovada postura jornalística. Já não se trata apenas de perguntar o que ele disse, mas também de questionar o que, no seu não dizer, remete para aquilo que... poderá vir a ser dito, sugerido ou insinuado. Trabalho desgastante, sem dúvida, democraticamente urgente — Anderson Cooper, na CNN, é um caso exemplar desse trabalho.