>>> Encontramos na ignorância um dos remédios vulgares para as nossas inquietações. É saboroso não saber, dizer que não tenho nada a ver com isso, que os competentes tratem do assunto — o que não me impedirá de criticar severamente as suas decisões se elas me trouxerem algo de negativo.
O saber não é tranquilizador. Com o saber, as coisas nunca têm fim. Qualquer resposta conduz a outras perguntas. O saber está constantemente a reaprender, enquanto a ignorância é estável. E duradoura. Quando procuramos saber, é apenas por algum tempo. Quando decidimos não saber, é para sempre.
JEAN-CLAUDE CARRIÈRE
Fragilité
(ed. Odile Jacob, Paris, 2006)