quarta-feira, julho 22, 2020

"Eu, Amália" — dia 23 [2/3]

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A relação com o público é um jogo de ambivalências: Amália transporta uma verdade única, obstinada e individual, resistindo mesmo a ser rotulada como emissária de uma "mensagem" colectiva; ao mesmo tempo, essa verdade é relativa, por certo pelo seu individualismo, mas também pela consciência das diferenças, evidentes ou pressentidas, daqueles que estão ali à sua frente, na plateia. Envolvendo um imenso e fascinante trabalho de recuperação de materiais de arquivo, Eu, Amália integra muitos documentos da dimensão internacional de Amália, incluindo preciosidades como imagens de um concerto abrilhantado por um grupo de folclore em frente da Torre Eiffel ou uma apresentação em francês, em Knokke le Zoute, Bélgica — como contraponto, ouça-se o fado Aquela Rua, no Café Luso, em 1955 (a mais antiga gravação ao vivo de Amália).


— Documentário de Nuno Galopim e Miguel Pimenta
— Produção: Inovação RTP
— RTP1: dia 23, 21h00.