A imagem de marca. O ícone. A história. A mitologia. A história também como história da mitologia. O documentário de Nuno Galopim e Miguel Pimenta consegue essa proeza, de uma só vez didáctica e espectacular, de nos devolver Amália como uma entidade — mais exactamente: uma pessoa — cuja identidade se vai tecendo a partir de um metódico cruzamento das suas imagens e do imaginário artístico que nelas se enraiza. Com gravidade e humor. Nesse sentido, Eu, Amália é também uma narrativa que nos convoca para a redescoberta do fado como coisa primitiva — não o fado das consagrações mais ou menos oficiais ou do world market, mas esse acontecimento singular que começa numa voz que sente todas as palavras que canta.
— Documentário de Nuno Galopim e Miguel Pimenta
— Produção: Inovação RTP
— RTP1: dia 23, 21h00.