Neste tempo de saturação de imagens, muitas vezes gerando uma dramática cegueira social e simbólica, a revalorização da palavra é uma questão cultural de todos os dias. A palavra que se diz, a palavra que se escreve. Nesta perspectiva, a edição de 24 de Maio do New York Times consuma um gesto exemplar: quando os EUA se aproximam do número de 100.000 mortos por coronavírus, o jornal faz uma primeira página (com continuação no interior) em que evoca os nomes de um milhar dessas vítimas — para lá das generalizações, estão as pessoas, cada uma diferente da outra.
Há cerca de duas semanas, esta obstinada demanda da verdade — The truth is essencial — foi mais uma vez sublinhada pelo jornal através deste video.