A vitória de Roma como melhor filme estrangeiro é, por si só, o sintoma das convulsões por que está a passar o mundo global do cinema — um objecto produzido por uma plataforma de streaming (Netflix), realizado por um mexicano (Alfonso Cuarón), recuperando um modelo melodramático encenado a preto e branco... Para o melhor ou para o pior, as fronteiras clássicas desapareceram. Que fronteiras? Dos filmes, do dinheiro dos filmes, dos espectadores para os filmes.