domingo, julho 29, 2018

Uma "outra" Amy Winehouse

A memória de Amy Winehouse (1983-2011) ficou para sempre contaminada pela exploração tablóide das suas imagens e, em particular, dos seus graves problemas de toxicodependência. Num certo sentido, a sua sobrevivência artística passa também pela demarcação dessa exploração e pela reposição de todos os contrastes da sua complexa identidade. O novo livro Amy Winehouse (Taschen), de Blake Wood, constitui um momento terno de tal processo. Wood tinha 22 anos quando conheceu a cantora, em 2008, tornando-se um amigo e assumindo o papel de figura protectora. As suas fotografias são um comovente testemunho de uma intimidade que não pode ser reduzida a clichés, sejam eles iconográficos ou moralistas: "Existe a ideia falsa de que foi tudo mau durante aqueles anos, e na verdade não foi — eu estava lá" [The Guardian].