Pioneiro entre os pioneiros, é a figura mítica, por excelência, do rock'n'roll francês: Johnny Hallyday morreu no dia 6 de Dezembro, na sua casa de Marnes-la-Coquette, vítima de cancro — contava 74 anos.
Há uma ironia amarga no facto de Johnny Hallyday ser muitas vezes referido como o “Elvis Presley francês”. Não que o rótulo lhe assente mal. Bem pelo contrário. Afinal de contas, para além do carácter genuíno das suas canções, os números da sua carreira são impressionantes: uma discografia com meia centena de álbuns, vendas globais de 110 milhões de discos, 40 discos de ouro... O certo é que ele foi sempre mais francês que universal, com um reconhecimento simbólico que nunca se traduziu numa presença forte na maior parte dos mercados estrangeiros.
De seu nome verdadeiro Jean-Philippe Smet, viria a ser um dos emblemas da geração a que também pertencem Jacques Dutronc et Eddy Mitchell — os três, aliás, evocaram a partir de 2014 o seu passado comum, apresentando-se em palco como Les Vieilles Canailles. Escolheu o apelido Halliday, de um familiar americano, Lee Halliday, que sempre encarou como o seu “pai” artístico — na edição do seu primeiro 45 rotações, em Janeiro de 1960, um erro fez com que surgisse identificado como “Hallyday”, nome artístico que acabou por adoptar.
Na década de 60, consolidou uma imensa popularidade através de singles como Viens Danser le Twist ou Retiens la Nuit e diversos álbuns, incluindo Salut les Copains! (1962) e Johnny Hallyday Olympia 64 (1964). O fulgor das performances ao vivo cedo se tornou uma das suas imagens de marca, além do mais revelando uma crescente abertura a variantes country, soul ou R&B que viriam a marcar as décadas seguintes da sua carreira.
As exuberantes encenações em grandes palcos, pavilhões e estádios, são elementos fulcrais dos anos de maturidade, reflectindo-se em álbuns como Johnny Hallyday Story - Palais des Sports (1976), Johnny Hallyday au Zénith (1984) ou Stade de France 98 Johnny Allume le Feu (1998). O seu derradeiro álbum, ainda referente a uma digressão, Rester Vivant Tour, surgiu em 2016. Recentemente, tinha patrocinado On A Tous Quelque Chose de Johnny, antologia de alguns dos seus grandes sucessos por outros intérpretes.
Sobretudo nos anos 60, foi também uma vedeta do cinema, através de títulos como Donde Vens Tu, Johnny? (Noël Howard, 1963) ou À Procura de um Ídolo (Michel Boisrond, 1964), que reflectiam a sua condição de estrela rock. De qualquer modo, a grande referência da sua filmografia é Détective (1985), de Jean-Luc Godard, homenagem amarga e poética aos velhos filmes “noir” em que contracenava com a então sua companheira, Nathalie Baye (nunca estreado entre nós, foi editado em DVD como Mafia em Paris). Em 1996, o Presidente Jacques Chirac atribuiu-lhe o grau de Cavaleiro da Legião de Honra da República Francesa.
Há uma ironia amarga no facto de Johnny Hallyday ser muitas vezes referido como o “Elvis Presley francês”. Não que o rótulo lhe assente mal. Bem pelo contrário. Afinal de contas, para além do carácter genuíno das suas canções, os números da sua carreira são impressionantes: uma discografia com meia centena de álbuns, vendas globais de 110 milhões de discos, 40 discos de ouro... O certo é que ele foi sempre mais francês que universal, com um reconhecimento simbólico que nunca se traduziu numa presença forte na maior parte dos mercados estrangeiros.
Salut les Copains! |
Na década de 60, consolidou uma imensa popularidade através de singles como Viens Danser le Twist ou Retiens la Nuit e diversos álbuns, incluindo Salut les Copains! (1962) e Johnny Hallyday Olympia 64 (1964). O fulgor das performances ao vivo cedo se tornou uma das suas imagens de marca, além do mais revelando uma crescente abertura a variantes country, soul ou R&B que viriam a marcar as décadas seguintes da sua carreira.
As exuberantes encenações em grandes palcos, pavilhões e estádios, são elementos fulcrais dos anos de maturidade, reflectindo-se em álbuns como Johnny Hallyday Story - Palais des Sports (1976), Johnny Hallyday au Zénith (1984) ou Stade de France 98 Johnny Allume le Feu (1998). O seu derradeiro álbum, ainda referente a uma digressão, Rester Vivant Tour, surgiu em 2016. Recentemente, tinha patrocinado On A Tous Quelque Chose de Johnny, antologia de alguns dos seus grandes sucessos por outros intérpretes.
Sobretudo nos anos 60, foi também uma vedeta do cinema, através de títulos como Donde Vens Tu, Johnny? (Noël Howard, 1963) ou À Procura de um Ídolo (Michel Boisrond, 1964), que reflectiam a sua condição de estrela rock. De qualquer modo, a grande referência da sua filmografia é Détective (1985), de Jean-Luc Godard, homenagem amarga e poética aos velhos filmes “noir” em que contracenava com a então sua companheira, Nathalie Baye (nunca estreado entre nós, foi editado em DVD como Mafia em Paris). Em 1996, o Presidente Jacques Chirac atribuiu-lhe o grau de Cavaleiro da Legião de Honra da República Francesa.
>>> Notícia da morte de Johnny Hallyday no canal France 24.
>>> Estreia televisiva de Johnny Hallyday, no programa 'École des Vedettes' (18 Abril 1960).
>>> Com Michel Polnareff, ensaio no Palais des Sports (Paris), em 1971.
>>> Quelque Chose de Tennessee, canção do álbum Rock'n'Roll Attitude (1985).
>>> Cadillac, tema-título do álbum de 1989.
>>> Video promocional de On A Tous Quelque Chose de Johnny.
>>> Trailer de Détective.
>>> Obituário: Le Monde + New York Times + Les Inrockuptibles.
>>> Biografia de Johnny Hallyday na Radio France Internationale.
>>> Página de Johnny Hallyday no AllMusic.