quarta-feira, dezembro 06, 2017

Jean d'Ormesson (1925 - 2017)

[FOTO: Le Monde]
Escritor e filósofo, analista da actualidade política, o francês Jean d'Ormesson faleceu no dia 5 de Dezembro, em Neuilly-sur-Seine — contava 92 anos.
Nascido numa família ligada à diplomacia francesa — o pai, André Lefèvre, foi embaixador no Brasil —, foi professor, funcionário da UNESCO (Conselho Internacional de Filosofia e Ciências Humanas), criador, com Roger Caillois, da revista de ciências humanas Diogène, director do jornal Le Figaro (1974-77). A sua vasta obra literária, ao mesmo tempo analítica e romanesca, sempre com importantes componentes auto-biográficas, iniciou-se com L'Amour Est un Plaisir (1956), prolongando-se através de mais de duas dezenas de volumes até Un Jour Je m'en Irai sans en Avoir tout Dit (2013) e Dieu, les Affaires et Nous (2015). Como sugere um dos seus títulos mais célebres, Presque Rien sur Presque Tout (1995), nunca desistiu de cultivar uma visão multifacetada dos comportamentos humanos, resistindo a encerrar-se num qualquer rótulo de "direita" ou "esquerda". Definindo-se como alguém que não era "de modo algum" feminista, desempenhou um papel fundamental na entrada de Marguerite Yourcenar na Academia Francesa. Nunca abdicando dos valores primordiais da palavra e da escrita, disse um dia que "enquanto houver livros, pessoas para os escrever e pessoas para os ler, nem tudo estará perdido neste mundo que, apesar das suas tristezas e horrores, tanto amámos".

>>> Jean d'Ormesson falando da condição feminina [video Le Monde] + breve resenha biográfica [video Le Point].




>>> Obituário no jornal Le Figaro.