Na sua pose de elegante frieza, Shu Qi está no centro do filme de Hou Hsiao-Hsien, The Assassin. Que é como quem diz: esta é a história de uma assassina, educada para combater as forças da tirania na China do séc. IX. Filme histórico? Talvez, mas entendendo a história, não como algo que se ilustra, antes como a ilustração de uma perdição, a um tempo temática e formal. Para Hou Hsiao-Hsien, a história não é um "pano de fundo" das personagens, antes uma paisagem de coordenadas em permanente mutação, transformando o espaço e o tempo em vectores para lá de qualquer percepção realista — se o cinema pode redescobrir o seu primitivo poder encantatório, é através de filmes como The Assassin.