Actriz de teatro, cinema e televisão, a inglesa Billie Whitelaw faleceu no dia 21 de Dezembro, em Londres — contava 82 anos.
Para a história da arte de representar, Whitelaw ficará, sobretudo, como a musa de Samuel Beckett que a dirigiu em várias das suas peças (tendo mesmo trabalhado com ela o texto de algumas delas, à medida que ia escrevendo): Happy Days, Not I [video da BBC 2] e Rockaby são alguns exemplos de uma colaboração que definiu Whitelaw como senhora de uma vivência descarnada do texto, evocando todas as convulsões do ser humano, mas em relação a elas mantendo uma austera distância formal.
Foi vista como uma estrela emergente do cinema inglês dos anos 60 mas, de facto, nunca se impôs como tal. O que não a impediu de, ao longo das décadas, construir uma galeria de invulgares composições, em títulos como Charie Bubbles/Um Homem e a sua História (1967), de e com Albert Finney, Leo the Last (1970), de John Boorman, Frenzy/Perigo na Noite (1972), de Alfred Hitchcock, O Génio do Mal (1976), de Richard Donner, Maurice (1987), de James Ivory, ou Os Irmãos Kray (1990), de Peter Medak — este porventura o seu papel mais conhecido, assumindo a figura da mãe de Ronald e Reggie Kray, que dominaram o submundo do crime na década de 60, em Londres. Mantendo uma presença regular em produções televisivas, publicou a autobiografia ...Who He?, em 1996.
>>> Obituário na BBC.