domingo, setembro 01, 2013

Mitsuko Uchida regressa a Schumann


Uma das maiores pianistas do nosso tempo, Mitsuko Uchida “interrompe” pela segunda vez o ciclo de gravações de concertos de Mozart (talvez o compositor que mais vezes gravou), na companhia da Cleveland Orchestra, para nos dar um novo álbum de obras para piano de Robert Schumann (1810-1856). Apesar dos focos maiores da sua obra discográfica se focarem precisamente em Mozart, mas também Beethoven e Schubert, Mitsuko Uchida já por duas outras vezes havia feito da música de Schumann protagonista de discos seus. Em concreto havia gravado Carnaval Op. 9 e Kreisleriana Op. 16 em 1995, e editado Fantasie, novo disco em 2010.

Este seu terceiro álbum com obras de Schumann para a Decca Classics propõe um arco através de três etapas da vida do compositor. Como peça central do alinhamento apresenta a Sonata para Piano No. 2 em Sol Maior Op. 22, composta entre o verão de 1830 e 1835, fazendo desta (entre as suas oito sonatas) a que mais longa gestação conheceu, refletindo os seus andamentos várias mudanças de estados de alma que esse período levou à vida do compositor. Das três obras que escutamos neste disco esta é a única que corresponde à década (de 30) na qual foi mais intensa a dedicação de Schumann à composição para piano. O alinhamento avança contudo no tempo para incluir depois Waldszenen Op. 8, um conjunto de nove peças que datam de finais da década de 40 e têm por inspiração a poesia de Friedrich Hebbel e ainda Gesang der Frühe Op. 133, cinco pequenos fragmentos que surgiram já depois de ter conhecido Brahms.