quarta-feira, abril 03, 2013

Entre memórias e lojas de discos
com Álvaro Costa

Foto: Mike Dillon / Wikipedia
Iniciámos esta semana no Sound + Vision a publicação de uma série de memórias pessoais sobre os espaços das lojas de discos. Hoje passam por aqui as palavras de Álvaro Costa, divulgador da cultura pop com trabalho sobretudo na rádio e televisão  e com quem partilhei muitos serões de rádio. O Álvaro fala-nos na mítica Tower Records, que morava no Sunset Strip, em Los Angeles, ali mesmo ao lado da livraria Book Soup ou do Viper Room. Foi por sugestão dele que, de resto, visitei esta loja, onde me lembro de ter comprado o Medazzaland dos Duran Duran e um álbum dos Dandy Warhols. Ao Álvaro um muito obrigado pela colaboração.

Lembrei -me do meu professor de Linguística. O famoso Herr Franco, para  quem a cadeira se assemelhava ao mapa de metro de Hamburgo. E de Kristeva ou Ferdinand de Saussure. Signficados ou significantes? 
Tower Records. E basta! Significado: loja de discos, brand pop, cadeia supermercado cultural. O pequeno grande negócio "mom and pop" que se torna um império. America.
Signifcante: Tower! e basta. Monumento pop. Faz me falta o cheiro a cartolina doce e novinha em folha. As estrelas vivas ou mortas que desciam as colinas. Vampiros pop chamados Manzarek, Depp, Kiedis, Walken, Morrison. Faz-me falta as filas à meia noite. Os concertos inesperados. As revistas acabadas de sair de um forno elétrico. Os livros de pop cultura que amontoava como se fossem o ultimo helicóptero a sair de Saigão. E as k7s às mãozadas. Roda da fortuna cujos ponteiros alimentados ao dólar à onça apontavam os caminhos de Oz da poplândia. E o parque de estacionamento mais rock and roll da showbizlândia? Sim, Tower!