Transportando uma história (que em tudo se ajustava ao quadro narrativo proposto pelo álbum (mas também com leitura possível sobre a felicidade qie pode haver no ato de conhecer pessoas), Starman não podia ser melhor veículo para a apresentação da personagem de Ziggy Stardust, o primeiro dos grandes alter-egos que Bowie criaria ao longo dos anos 70. Musicalmente a canção parte diretamente dos caminhos percorridos no anterior Hunky Dory, concedendo espaço de respiração ao som de uma guitarra acústica e aos arranjos orquestrais, a guitarra elétrica abrindo contudo caminhos para novas ideias que se seguiriam.
Apesar de editado em abril foi em julho, na sequência de uma apresentação televisiva no Top of The Pops, que Starman se viu transformado num hino do seu tempo. O look de Bowie (que claramente colocava em cena um novo protagonismo da imagem) e o poder irresistível da canção garantiram os argumentos necessários à transformação há muito esperada. O single surgiu com o tema Suffragette City, outra das canções do alinhamento do novo álbum, que seria editado dois meses depois, em junho. A edição portuguesa deste single, surgida mais tarde, incluiria como lados B os temas John I’m Only Dancing e Hang On To Yourself. Com o tempo Starman tornou-se num dos clássicos maiores de Bowie e é das suas canções mais revisitadas por outros, com versões assinadas por nomes como os 10.000 Maniacs, Of Montreal, Culture Club, Mates of State ou Seu Jorge.
Justificadamente o fato que Bowie usou nesta atuação televisiva e as imagens captadas em julho de 1972 pela BBC surgem com destaque especial na exposição que está neste momento patente no museu Victoria & Albert, em Londres.