domingo, abril 22, 2012

Uma noite no museu


O Metropolitan Museum de Nova Iorque juntou-se esta noite às celebrações do 75º aniversário de Philip Glass com um concerto no espaço da Sackler Wing junto ao templo egípcio de Dendur (um dos ex libris da vasta coleção ali exposta). O próprio Philip Glass (ao piano) e o violinista Tim Fain foram os protagonistas num programa que teve transmissão em direto na Internet através do site do museu nova iorquino.

O alinhamento começou com Philip Glass, a solo, interpretando Mad Rush. No seu estilo informal e bem disposto habitual recordou antes que compôs a peça em 1979 para um órgão de igreja e para assinalar a primeira visita do Dalai Lama à cidade, pelo que, não se sabendo se ali chegaria a horas certas, lhe fora pedido que fizesse uma peça de duração variável. Tinha uns 30 minutos, mais coisa, menos coisa, lembrou. “Mas condensei-a a uns 14 minutos”, explicou. Tin Fain interpretou depois a Partita For Solo Violin que, nesta versão “finalmente concluída” conheceu ali estreia. Sem perder ocasionais marcas linguísticas esta partita, em sete andamentos (e cerca de 32 minutos de duração) revela uma vez mais o interesse de Philip Glass em explorar hoje outros caminhos, a escrita expressando características líricas e emocionais que acabam por tomar um lugar de protagonismo. O alinhamento incluiu ainda, dois momentos de Metamorphosis novamente com Glass a solo, ao piano. E viveu depois de uma série de duetos para piano e violino nos quais Glass e Fain interpretaram três fragmentos de The Screens o recente Pendulum For Violin and Piano. Na hora dos encores, ao compositor coube Closing (de Glassworks) e ao violinista o Knee Play 2 de Einstein On The Beach.