[FOTO: Álvaro Isidoro / DN] |
A. Face às imagens chocantes das celebrações futebolísticas (imagens que, na verdade, se repetem, apenas variando as preferências clubistas dos protagonistas), o sistema político-mediático tenta pensar a situação através de uma noção pueril de ordem, com "polícias", "autarcas" e "ministros" a servirem de bodes expiatórios.
B. Seria útil — mais do que isso: seria socialmente saudável — encarar de frente a conjuntura e a sua dimensão trágica. A saber: a existência, e também o imenso poder normativo, de uma cultura da gratificação imediata, da celebração histérica e da irresponsabilidade individual e colectiva.
C. Quem pode colocar na actualidade a urgência de alguma reflexão sobre tal conjuntura? A resposta é de uma candura linear: jornalistas e políticos.