Digamos, para simplificar, que os canais TVCine são, no espaço audiovisual português, uma interessante e importante montra de diversidade. Podemos estranhar que a mais recente opção de marketing os tenha passado a designar por palavras inglesas (?) — será que a rentabilidade aumenta por se escrever "emotion" em vez de "emoção"?
O certo é que nos quatro canais TVCine podemos encontrar de tudo um pouco, desde os mais recentes fenómenos populares (lá está, por exemplo, o último Tarantino) até preciosidades que todos os cinéfilos têm gosto em redescobrir (neste momento, por exemplo, estão disponíveis alguns belíssimos clássicos do "western" com assinatura de mestres como Howard Hawks ou Anthony Mann).
Porquê, então, banalizar e, mais do que isso, desvalorizar a informação?
Na verdade, ao consultarmos as informações disponíveis no ecrã, desapareceu aquele mínimo essencial de qualquer plataforma cinematográfica: os filmes são apresentados através de sinopses mais ou menos simplistas — por vezes, convenhamos, reduzindo grandes filmes a pequenas descrições anedóticas — e não há um único nome (actores principais, realizador, etc.) que possa ajudar a qualquer tipo de contextualização. Mais ainda: a rotina de colocar a "classificação" do IMDb, para lá da falta de credibilidade histórica desse site, faz com que muitos filmes sejam "promovidos" através de valores francamente negativos...
Não será que valia a pena revalorizar o produto? Não seria mais lógico acompanhar e seduzir o consumidor através de uma informação realmente útil e consistente?