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Voz metódica, elegante e inconfundível da história da rádio em Portugal, o jornalista Luís Filipe Costa faleceu no dia 21 de Julho, em Lisboa — contava 84 anos.
A sua biografia é muitas vezes condensada num facto emblemático: a leitura dos comunicados do Movimento das Forças Armadas [MFA], na sequência do 25 de Abril, aos microfones do Rádio Clube Português (RCP). E se é verdade que tal leitura o inscreveu na história política e mitológica da democracia em Portugal, não é menos verdade que a sua longa actividade envolve uma multiplicidade de facetas criativas, antes e depois de 1974.
Nos anos 60, como director do serviço de noticiários do RCP, teve um papel preponderante na renovação estilística e narrativa da informação radiofónica. Em 1975, passou a trabalhar na RTP, desenvolvendo uma vasta actividade como realizador, quer de ficção, quer de documentários (assinando mais de três dezenas de produções). Morte D'Homem, cujo argumento escreveu em parceria com Francisco Moita Flores, é habitualmente citado como um dos seus trabalhos mais importantes, tendo obtido, em 1988, o Grande Prémio do Festival de Cinema para Televisão de Chianchino (Itália). Escreveu os romances A Borboleta na Gaiola e Agora e na Hora da sua Morte.
>>> Conversa com Luís Filipe Costa [Gabinete de Estudos de Cultura em Artes Performativas e Audiovisuais do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa].
>>> Obituário no Sapo.