FOTO: Lars Falck [Ópera de Malmö] |
Actor sueco de admirável versatilidade, presença emblemática nos filmes de Ingmar Bergman, Max von Sydow faleceu no dia 8 de Março, na sua casa na Provença, em França — contava 90 anos.
Para os espectadores mais jovens, Max von Sydow será, muito provavelmente, o "aventureiro" associado a Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força (2015) ou à série televisiva A Guerra dos Tronos (2016). O certo é que tais papéis, ou mesmo a sua participação em Robin Hood (2010), de Ridley Scott, constituem um mero detalhe na trajectória de um actor de sólida formação teatral que, a partir de 1957, com O Sétimo Selo, se tornou uma figura indissociável do universo "bergmaniano" (num total de 11 filmes) — vimo-lo, por exemplo, em O Rosto (1958), A Hora do Lobo (1968) ou A Paixão (1969), assumindo personagens dilaceradas entre os conceitos de pureza e pecado, inocência e culpa.
Ao mesmo tempo, foi construindo uma sólida carreira internacional, de algum modo intensificada a partir de 1973, com a interpretação do padre Merrin em O Exorcista, de William Friedkin. Vimo-lo também por exemplo, em Os Três Dias do Condor (1975), notável "thriller" de Sydney Pollack, Ana e as Suas Irmãs (1986), um dos filmes mais complexos de Woody Allen, ou Relatório Minoritário (2002), a adaptação de um conto de Philip K. Dick assinada por Steven Spielberg. Isto sem esquecer que é ele que assume a voz do narrador em Europa (1991), de Lars von Trier. Com uma carreira de mais de 150 títulos, obteve duas nomeações para Oscars: Pelle, o Conquistador (1987), de Bille August, e Extremamente Alto, Incrivelmente Perto (2011), de Stephen Daldry, respectivamente como actor principal e secundário.
>>> Trailer de A Hora do Lobo, de Ingmar Bergman.
>>> Abertura de Europa, de Lars von Trier.
>>> Retrato de Max von Sydow pelo canal Arte.
>>> Obituário na BBC.
>>> Max von Sydow no site oficial de Ingmar Bergman.