[NYT] |
É um dos gigantes da história da fotografia: o americano Robert Frank faleceu no dia 9 de Setembro, em sua casa, na Nova Escócia — contava 94 anos.
Frank nasceu na Suíça, de ascendência judaica, tendo crescido num contexto que, embora protegido das agressões nazis, o levou a identificar muito cedo os sinais do ódio e da repressão. Tendo emigrado para os EUA em 1947, o seu trabalho fotográfico começou no domínio da moda, em particular nas páginas da Harper's Bazaar. A pouco e pouco, a sua visão do American Dream foi integrando as clivagens de um olhar que não podia deixar de reconhecer as contradições e desequilíbrios do tecido social americano, quer no plano económico, quer nos direitos civis. O livro The Americans, prefaciado por Jack Kerouac, ficou como símbolo universal da sua visão — foi publicado em França, em 1958, tendo a edição americana surgido no ano seguinte.
O seu realismo intransigente, afinal contaminado por um austero apelo poético, exprimiu-se também na imagem em movimento. A curta-metragem Pull My Daisy (1959), co-realizada com Alfred Leslie, escrita e narrada por Jack Kerouac, marcou a sua estreia cinematográfica — com Kerouac, Allen Ginsberg e Gregory Corso no elenco, além de Delphine Seyrig, é um verdadeiro manifesto, de uma só vez simbólico e auto-irónico, da Beat Generation.
Na sua filmografia encontramos, por exemplo, Me and My Brother (1969), sobre o poeta Peter Orlovsky, ou o lendário, mais ou menos "invisível" Cocksucker Blues (1972), documentando uma digressão dos Rolling Stones — seria ele a conceber a capa do álbum Exile on Main St. (1972), contribuindo também com algumas fotografias.
Várias vezes foi filmado por outros realizadores, por exemplo em Leaving Home, Coming Home: A Portrait of Robert Frank (Gerald Fox, 2004), ou Robert Frank - Não Pestanejes (Laura Isreal, 2015), este disponível em DVD no mercado português. Conjugando fotografias de diferentes épocas, o seu derradeiro livro, Good Days Quiet, foi publicado em Abril deste ano.
Na sua filmografia encontramos, por exemplo, Me and My Brother (1969), sobre o poeta Peter Orlovsky, ou o lendário, mais ou menos "invisível" Cocksucker Blues (1972), documentando uma digressão dos Rolling Stones — seria ele a conceber a capa do álbum Exile on Main St. (1972), contribuindo também com algumas fotografias.
Várias vezes foi filmado por outros realizadores, por exemplo em Leaving Home, Coming Home: A Portrait of Robert Frank (Gerald Fox, 2004), ou Robert Frank - Não Pestanejes (Laura Isreal, 2015), este disponível em DVD no mercado português. Conjugando fotografias de diferentes épocas, o seu derradeiro livro, Good Days Quiet, foi publicado em Abril deste ano.
>>> The Americans.
Charleston, Carolina do Sul (1955) |
Wellfleet, Massachusetts (1962) [outtake] |
>>> Pull My Daisy (de uma emissão na RAI).
>>> Leaving Home, Coming Home: A Portrait of Robert Frank (Granada TV).
Nova Iorque, 1950 |
Londres, 1951-1952 |
Exile on Main St. |
>>> Obituário: NPR + ArtNews.
>>> The Americans [LensCulture].
>>> Celebrando os 90 anos de Robert Frank — artigo de Sean O'Hagan [The Guardian].
>>> The Americans [LensCulture].
>>> Celebrando os 90 anos de Robert Frank — artigo de Sean O'Hagan [The Guardian].