Digamos, para simplificar que Joker (estreia quinta-feira, 3 Out.) é um dos grandes acontecimentos do ano, porventura encerrando simbolicamente a década com um desafio radical: devolver a inteligência aos filmes de super-heróis. Entenda-se: o filme de Todd Phillips será tudo o que se quiser menos um típico filme de super-heróis, movendo-se antes nos domínios sagrados da tragédia — e com um Joaquin Phoenix que é, a meu ver, o vencedor "obrigatório" do próximo Oscar de melhor actor.
Mas as profecias são irrelevantes. Para já, vale a pena actualizar a memória e lembrar que o primeiro Joker da era moderna é de Jack Nicholson e está no magnífico Batman que Tim Burton realizou em 1989 — lembremos um pouco do sofisticado sentido de composição do espaço segundo Burton, com a contribuição de Nicholson, Michael Keaton e Kim Basinger; em baixo, o trailer final do filme de Phillips.