terça-feira, agosto 06, 2019

Toni Morrison (1931 - 2019)

[FOTO: Timothy Greenfield-Sanders]
Foi a primeira mulher afro-americana a receber o Prémio Nobel da Literatura: a escritora americana Toni Morrison faleceu no dia 5 de Agosto, no Montefiore Medical Center, em Nova Iorque, na sequência de uma pneumonia — contava 88 anos.
De seu nome Chloe Ardelia Wofford, é autora de uma obra imensa, desde o primeiro romance, The Bluest Eye (1970), focada na história dos negros no interior da história mais geral dos EUA, em particular nos processos de afirmação identitária face às manifestações do racismo. Entre os seus títulos mais conhecidos incluem-se Song of Solomon (1977), Beloved (1987), Jazz (1992), Love (2003) e Home (2012).
Distinguido com o Pulitzer, Beloved inspira-se na história de Margaret Garner, uma mulher negra que fugiu à escravatura, em 1856, no estado do Kentucky — seria adaptado ao cinema em 1998, por Jonathan Demme, com Oprah Winfrey como produtora e intérprete principal (o filme não teve distribuição comercial nas salas portuguesas).
Já em 2019, o fotógrafo e cineasta Timothy Greenfield-Sanders apresentou no Festival de Sundance o seu documentário Toni Morrison: The Pieces I Am. No mês de Fevereiro, Toni Morrison publicara The Source of Self-Regard, uma antologia de "ensaios, discursos e meditações".

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>>> The systematic looting of language can be recognized by the tendency of its users to forgo its nuanced, complex, mid-wifery properties for menace and subjugation. Oppressive language does more than represent violence; it is violence; does more than represent the limits of knowledge; it limits knowledge. Whether it is obscuring state language or the faux-language of mindless media; whether it is the proud but calcified language of the academy or the commodity driven language of science; whether it is the malign language of law-without-ethics, or language designed for the estrangement of minorities, hiding its racist plunder in its literary cheek – it must be rejected, altered and exposed. It is the language that drinks blood, laps vulnerabilities, tucks its fascist boots under crinolines of respectability and patriotism as it moves relentlessly toward the bottom line and the bottomed-out mind. Sexist language, racist language, theistic language – all are typical of the policing languages of mastery, and cannot, do not permit new knowledge or encourage the mutual exchange of ideas.

TONI MORRISON
Discurso na cerimónia do Nobel
7 Dezembro 1993

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>>> Obituário por The Washington Post.


>>> Entrevista por Charlayne Hunter-Gault, na PBS, em 1987 (sobre o lançamento de Beloved).


>>> Trailers dos filmes Beloved (1998), de Jonathan Demme, e Toni Morrison: The Pieces I Am (2019) (2019), de Timothy Greenfield-Sanders.




>>> Toni Morrison Remembers (2015), documentário da BBC realizado por Jill Nicholls; entrevistador: Alan Yentob.