[Ciné-club Louis Lumière] |
Figura maior da história das imagens cinematográficas, o director de fotografia francês Pierre Lhomme faleceu no dia 5 de Julho, em Arles — contava 89 anos.
Formado na École Nationale Supérieure Louis Lumière, a sua afirmação profissional aconteceu no período da Nova Vaga, mesmo se excede os seus parâmetros mais canónicos. Encontramo-lo, assim, ao longo da década de 60, a colaborar com realizadores como Alain Cavalier (O Duelo na Ilha e A Chamada, respectivamente de 1962 e 1968), Chris Marker (Le Joli Mai, 1963, partilhando a assinatura da realização), Jean-Paul Rappeneau (Escândalo no Castelo, 1966) ou Jean-Pierre Melville (O Exército das Sombras, 1969). De uma geração que soube aproveitar os novos recursos mais ligeiros, igualmente importantes na imagem e no som, a subtileza do seu trabalho envolve uma atenção sistemática às fontes de luz natural, mesmo quando transfiguradas pelos recursos específicos de estúdio.
Com Cyrano de Bergerac (1990), de novo de Rappeneau, porventura o filme mais conhecido da sua carreira, ganhou um César, um BAFTA e o prémio da Comissão Técnica no Festival de Cannes. Entre os títulos mais importantes da sua filmografia, incluem-se ainda As Quatro Noites dum Sonhador (1971), de Robert Bresson, A Mãe e a Puta (1973), de Jean Eustache, Le Navire Night (1979), de Marguerite Duras, e Maurice (1987), de James Ivory. Fora do contexto da produção francesa, Ivory foi um dos cineastas com quem colaborou mais vezes — a sua derradeira direcção fotográfica foi com ele, em O Divórcio (2003).
>>> Trailers de O Exército das Sombras e Maurice.
>>> Obituário no Libération.