Um dos títulos a destacar-se na próxima corrida aos Oscars será, por certo, Judy. Profecia crítica? Não, de modo algum. Apenas o reconhecimento de que esta evocação de Judy Garland (1922-1969) pode encontrar os favores naturais da Academia [estreia nos EUA: 27 Setembro], uma vez que convoca história & mitologia de Hollywood através de memórias da lendária intérprete de Over the Rainbow, em 1968, quando, em Londres, deu alguns dos seus derradeiros concertos.
A canção está, aliás, na génese do projecto, já que se trata de uma adaptação da peça End of the Rainbow, de Peter Quilter, grande sucesso no West End e também na Broadway há meia dúzia de anos, evocando, precisamente, o período final da vida de Garland.
No papel principal, Renée Zellwegger será, no mínimo, um exemplo invulgar de transfiguração, inequivocamente distante da sua penosa "imagem de marca" como Bridget Jones. Não se trata de uma avaliação segura, como é óbvio, apenas do reconhecimento da sedução do primeiro trailer — ei-lo, seguido do video promocional da encenação da peça no West End, com Tracie Bennett; por fim, Garland em O Feiticeiro de Oz (1939), interpretando Over the Rainbow.