Não é por acaso que este cartaz francês de Dolor Y Gloria, o filme de Pedro Almodóvar que concorre para a Palma de Ouro (que ele nunca ganhou), apresenta uma sombra de Antonio Banderas que sugere o perfil do próprio Almodóvar. Trata-se, de facto, de um retrato carregado de um confessionalismo tocante, num registo limpo e descarnado que nem sempre terá sido a opção dominante na trajectória criativa do cineasta espanhol — para mim, muito simplesmente, o melhor filme de sempre de Almodóvar.