* BLACK PANTHER, de Ryan Coogler
[ DN, 15-02-2018 ]
Eis um filme que tem sido celebrado nos EUA como uma aventura de super-heróis “diferente”. Porquê? Porque no seu centro está uma figura de pele negra: o rei de Wakanda (país africano fictício), interpretado por Chadwick Boseman. É uma leitura contaminada por todo um contexto de afirmação da identidade afro-americana, cujo dramatismo tem sido agravado por posições, no mínimo, ambíguas do presidente Donald Trump.
Resta saber se a contínua repetição de clichés da produção dos estúdios Marvel pode, ou deve, ser encarada em função das características raciais dos seus protagonistas. É verdade que o filme tenta, pelo menos, alguma originalidade na concepção cenográfica de Wakanda, mas cedo se limita a prolongar os lugares-comuns de um estilo que se satisfaz com a cópia da agitação visual de um qualquer jogo de video.