[ Ambrose Akinmusire ] [ Sampha ]
Nova embalagem, retomando o essencial dos elementos gráficos do original; remasterização, singles, três canções inéditas; um toque de azul na edição em vinyl... A edição comemorativa dos 20 anos de OK Computer, dos Radiohead — título integral: OK Computer OKNOTOK 1997 2017 — impôs-se como objecto de incontornável valor histórico, tanto mais quanto parece ilustrar uma certa deslocação do próprio mercado das edições físicas (bizarra terminologia que o virtual nos impôs) no sentido de revalorizar tudo aquilo que, de uma maneira ou de outra, possa ser recoberto pelo adjectivo "clássico". Talvez haja uma outra maneira de dizer isto. A saber: apesar da aceleração em que esse mercado nos obriga a viver (e não só na música, como é óbvio), continua a ser possível manter uma relação aberta, criativa e inteligente com a memória. Que foi, que é, então, OK Computer? Um trabalho que condensa os caminhos criativos da música dos 20 anos anteriores? Ou uma experiência que antecipa os 20 anos seguintes? Em boa verdade, 2017 foi também o ano dessa maravilhosa ambivalência, porventura impossível de sintetizar. A propósito: por altura da edição original, os Radiohead cantavam assim No Surprises no programa Later with Jools Holland, da BBC — foi a 31 de Maio de 1997.