Em 2013, não era possível virar uma esquina sem ouvir Royals — parecia ser a fatalidade tradicional de uma voz condenada a receber o rótulo de one hit wonder. É verdade que o respectivo álbum, Pure Heroine, foi muito estimado, mas as vozes da desgraça profetizaram uma efémera vida artística para a neozeolandesa Lorde — para mais, a menina tinha, na altura, 17 anos... Pois bem, a arte de ser jovem envolve também a força e a energia para renegar a juventude. E o segundo álbum de Lorde, Melodrama, revela-se à altura das responsabilidades que a escolha do título envolve — We told you this was melodrama / oh, how fast the evening passes / cleaning up the champagne glasses. Na sua viagem de introspecção, Lorde consolida o dramatismo amargo e doce da sua voz, ao mesmo tempo reafirmando o carácter genuíno da sua alma pop, capaz de diluir a fronteira entre a sensibilidade indie e o chamado mainstream. Ei-la, na plena posse das suas virtudes de palco, interpretando Green Light, no 'Radio 1's Big Weekend', organizado pela BBC.