domingo, abril 09, 2017

O piano de Philip Glass
segundo Víkingur Ólafsson


Estreada em disco ainda nos oitentas em Solo Piano, um conjunto de peças que o próprio compositor interpretou, a obra para piano de Philip Glass juntou em quase 30 anos uma multidão de títulos protagonizados por diversos pianistas. O islandês Víkingur Ólafsson está por isso longe de ser um “caso” invulgar pelo facto de assinar um conjunto de interpretações dos livros de “études” de Glass, juntamente com a abertura de Glassworks, num lançamento da Deutsche Grammophon. Um brilhante cunho interpretativo, juntamente com uma ousadia que se expressa na apresentação de algumas “versões” de peças às quais se junta ao piano um quarteto de cordas, faz deste disco um dos que mais se destacam entre o lote já expressivo de abordagens de instrumentistas à obra de Philip Glass.

O projeto centrado na obra de Philip Glass surgiu depois de o pianista ter apresentado estas mesmas peças em digressão, propondo agora em disco pontos de vista interpretativos que esse relacionamento talhado na estrada lhe foi dando nos sucessivos reencontros com estas obras. A sua edição em disco foi pensada para assinalar o 80.º aniversário do compositor.

A versão disponível em plataformas de streaming acrescenta ainda, além das peças instrumentais e dos arranjos com quarteto de cordas, uma outra abordagem (ao Étude No. 9), que junta eletrónicas e que vinca mais ainda o sentido interventivo com o qual o pianista aqui enfrenta este corpo de composições.

 

Formado na Juilliard Scholl em 2008, Víkingur Ólaffson é, aos 32 anos, um nome já reconhecido e premiado na Islândia, representando esta sua estreia na Deustche Grammophon o primeiro passo de uma etapa de maior exposição internacional que o ano vai colocar pela sua frente, estando já agendadas colaborações e atuações com grandes orquestras e salas de primeira linha.