Um belo reencontro com a subtileza dramática e melodramática do cinema de Marco Bellocchio — esta nota foi publicada no Diário de Notícias (6 Abril).
Apresentado na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes de 2016, Sonhos Cor-de-Rosa é mais um exemplo da vitalidade do trabalho do veterano Marco Bellocchio — 78 anos, presença fundamental na evolução da produção italiana ao longo das últimas décadas. Bellocchio adapta um romance de Massimo Gramellini (publicado entre nós como Tem Bons Sonhos, ed. Bertrand), centrado na relação obsessiva de um homem com as memórias da mãe, que perdeu aos nove anos de idade.
Muito para além das mais correntes convenções psicológicas, deparamos com uma viagem pelas alegrias e medos da infância, agora revistos através dos ecos que desencadeiam na idade adulta. Como sempre, Bellocchio é também um excelente director de actores, sendo inevitável destacar o protagonista Valerio Mastandrea e, no papel da mãe, Bérénice Bejo.