Para a revista Variety, o cargo de Presidente dos EUA deve vir a ser ocupado por Hillary Clinton. Que é como quem diz: pela primeira vez nos seus 111 anos de história, a chamada "bíblia" de Hollywood decidiu tomar partido na corrida à Casa Branca.
Para os editoras da Variety, está em jogo uma escolha que definem de modo radical: "Acreditamos que Clinton não é apenas a melhor candidata para o lugar, mas a única candidata". Isto porque a corrida de Donald Trump à presidência "pode ser vista como nada mais que um esquema para conseguir mais um negócio televisivo ou lançar um novo canal do cabo, de modo a continuar a vomitar os seus pontos de vista sexistas e racistas". Aliás, o texto em que a Variety esclarece a sua posição recorda, muito justamente, que nas suas páginas têm sido denunciadas as manifestações de sexismo e racismo no interior da comunidade cinematográfica, ainda que não esquecendo que se trata de uma zona da indústria que permanece "maioritariamente liberal" — é uma interessantíssima tomada de posição que vai, por certo, ter ecos importantes no mundo do cinema americano e, genericamente, no espaço audiovisual.