Chegámos ao espectáculo do vazio, que é também o vazio do espectáculo — esta nota sobre o novo filme das Tartarugas Ninja foi publicada no Diário de Notícias (2 Junho).
O título completo é Tartarugas Ninja Heróis Mutantes: o Romper das Sombras. Parece a designação da “enésima” variação de um banal jogo de vídeo... E não é por acaso. Estamos perante uma daquelas franchises que começou como banda desenhada e derivou para os jogos de vídeo, passando, claro, pelo cinema (este é o sexto título, datando o primeiro de 1990).
Prevalecem as regras de um modelo de espectáculo (?) em que as quase duas horas de duração de um filme servem apenas para repisar as “informações” dadas na brevidade do respectivo trailer. A saber: o planeta Terra está ameaçado por uma entidade maligna e as Tartarugas vão impedir que tal aconteça... Para além da integração das novas técnicas de performance capture (os quatro protagonistas são figuras digitais fabricadas a partir do registo de movimentos de actores), prevalece um estilo (?) de acumulação de destroços e ruídos que faz lembrar o desperdício da série Transformers. A explicação é simples: Michael Bay, o gestor de Transformers, passou a ser o produtor das Tartarugas.