Vladimir Putin e Barack Obama em poses de James Bond — o sarcasmo do jornal Libération, anunciando "a nova Guerra Fria", é revelador do paradoxal sentido de humor com que, hoje em dia, mediaticamente, muitas vezes lidamos com as memórias colectivas. De facto, não se trata tanto de sistematizar uma qualquer arqueologia histórica, mas de encontrar uma gratificação pueril na ilusão de que o mundo se organiza como uma festiva colecção de tags ou keywords (para usarmos a mais corrente terminologia anglo-saxónica e "social").
Obviamente, o artigo de Veronika Dorman sobre "os rivais de ferro" supera tal maniqueísmo, mas não deixa de ser sintomático que o jornalismo contemporâneo — sobretudo o que seriamente se define como tal — aceite estas contaminações lúdicas (?) em que nos sentimos apaziguados, livres de passar ao próximo link. E praticando essa liberdade como a consagração virtual de uma ideia de felicidade.
Obviamente, o artigo de Veronika Dorman sobre "os rivais de ferro" supera tal maniqueísmo, mas não deixa de ser sintomático que o jornalismo contemporâneo — sobretudo o que seriamente se define como tal — aceite estas contaminações lúdicas (?) em que nos sentimos apaziguados, livres de passar ao próximo link. E praticando essa liberdade como a consagração virtual de uma ideia de felicidade.