Grande Marco Bellocchio! O italiano que não está na competição oficial (aliás, este ano, não há um único título italiano a concorrer para a Palma de Ouro...) surgiu na abertura da Quinzena dos Realizadores com o magnífico Fai Bei Sogni. Baseado num livro de Massimo Gramellini (Tem Bons Sonhos, Bertrand, 2013), o filme traça o retrato, ao mesmo tempo sensual e utópico, da relação de uma criança com a mãe que, por assim dizer, persiste década após década através da ignorância — ou do desejo de não saber — das condições em que a mãe morreu... É uma história de amor tão irredutível quanto universal, remetendo-nos, claro, para os tempos mais primitivos da obra de Bellocchio, com as suas muitas e contrastadas convulsões familiares. Ele que fez Em Nome do Pai (1971), poderia ter chamado a este seu novo filme 'Em nome da mãe'.