quinta-feira, setembro 17, 2015

O futebol contra a língua portuguesa (cont.)

E a saga continua... Aliás, alaga como um oceano de lava destruidora. Como se não bastassem os atropelos à língua portuguesa perpetrados no futebol televisivo, o espaço nobre dos jornais parece não querer ficar atrás. Observe-se este exemplo extraído do jornal A Bola. Que dizer de (mais) esta utilização do infinito de um verbo, como se não houvesse construções gramaticais que garantissem a identificação da própria acção?... Talvez que Quim Machado tivesse dito que "é preciso provar que...". Ou talvez se pudesse esclarecer que "é esse o desejo de Quim Machado...".
Claro que há os erros que todos cometemos, por vezes ficando chocados com a maneira como, inadvertidamente, tratamos a língua portuguesa (eu fico, confesso). Mas fenómenos como este correspondem à instalação de uma indiferença que, antes do mais, devia ser combatida pelas orientações editoriais — somos, assim, compelidos a viver no tempo trágico da unicidade verbal.
Chegar o tempo em que tudo ser tristemente uniforme, a ponto de todos falar num só tempo verbal?