Mary Ellen Mark |
Fotografou grandes vedetas das artes, em particular do cinema, mas soube também ser fiel à complexidade das figuras anónimas: Mary Ellen Mark faleceu no dia 25 de Maio, em Nova Iorque, vítima de síndrome mielodisplásica — contava 75 anos.
Nascida nos subúrbios de Filadélfia, seria em Nova Iorque, em meados da década de 60, que se consolidaria a sua personalidade artística, em particular através das imagens que foi recolhendo de momentos emblemáticos da época, desde os protestos contra a guerra do Vietname até ao movimento de libertação das mulheres. Sempre atenta às singularidades de cada ser humano, fosse ele um peão do quotidano ou uma grande estrela de Hollywood, construiu uma obra admirável, de uma maneira ou de outra comandada por uma sensibilidade humanista, feita de contundência e compaixão.
Acompanhou as rodagens de diversos filmes, entre os quais Satyricon (1969), de Federico Fellini, e Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola. Assinou portfolios para revistas como a Life, Rolling Stone, The New Yorker e Vanity Fair. Entre os seus álbuns mais célebres, incluem-se Streetwise (1982), Portraits (1995) e American Odyssey (1999); o seu derradeiro livro, Tiny: Streetwise Revisited, será publicado ainda este ano, com chancela da Aperture, e reencontra os jovens sem casa de Streetwise, fotografados em Seattle no início dos anos 80. Na lista imensa de distinções que recebeu, inclui-se o Prémio Cornell Capa (2001), atribuído pelo Centro Internacional de Fotografia.
>>> Obituário no New York Times.
Jim Carrey (Hollywood, 2001) |
Rat e Mike com uma pistola (Seattle, 1983) |
Tiny no Halloween (Seattle, 1983) |