FOTO: Los Angeles Times |
Nascido em Viena de Áustria, foi um dos nomes nucleares da poesia norte-americana do último meio século: Franz Wright faleceu no dia 14 de Maio, na sua casa de Waltham, Massachusetts, vítima de cancro no pulmão — contava 62 anos.
Filho do poeta James Wright (1927-1980), com ele partilhou temas, pulsões e fantasmas — o facto de James ter abandonado a família quando Franz tinha oito anos terá sido um factor determinante na formação da sua personalidade. A dependência do álcool, as marcas da depressão e, a partir de certa altura, a ânsia por uma dimensão transcendental foram marcando um trabalho poético capaz de combinar, de modo discreto, paradoxalmente fulgurante, a fragmentação das estruturas e a escolha metódica de palavras tocadas por vertiginosas hipóteses metafóricas. Com o pai partilhou também a honra de receber o Prémio Pulitzer de Poesia: James venceu com Collected Poems (1972), Franz com Walking to Martha's Vineyard (2004).
THE WORD
Like a third set of teeth
or side in a chess match
Thought
and most mysterious
of all, the
matter of thought
The mortal mind thinking
deathless things,
singing
See it examining
black grains of death
and life — they are the same
thing —
in its open hand
Sweet black green-shadowed grains of soil:
When no one is looking
see it secretly
taste one.
in Walking to Martha's Vineyard
(Alfred A. Knopf, New York, 2004)
>>> Franz Wright lê cinco poemas no Dodge Poetry Festival (2008).
>>> Obituário no New York Times.
>>> Perfil de Franz Wright na Poetry Foundation.
>>> Entrevista na NPR, em 2004, na sequência do Prémio Pulitzer.
>>> Night Flight Turbulence, video de Daniel Ahearn para um dos poemas lidos por Franz Wright no álbum Readings from Wheeling Motel, a partir de poemas do livro Wheeling Motel (2009).