Richard Linklater |
Alejandro González Iñárritu ou Richard Linklater? Birdman ou Boyhood? Ou talvez Grand Budapest Hotel?
Na temporada dos prémios, esses são os nomes e os títulos mais em evidência — e tudo indica que, no dia 22 de Fevereiro, os Oscars principais se vão repartir entre eles. Neste fim de semana, Iñárritu foi o eleito pela associação de realizadores dos EUA, enquanto os BAFTA, em Inglaterra, consagravam Boyhood e Linklater.
Na clubite mediática que tende a contaminar estas coisas, não há muito espaço para pensar a própria (falta de) dinâmica a que tudo isto chegou. Porque, repare-se, não se trata tanto de discutir escolhas — sempre relativas, sabemo-lo bem — como de reconhecer que a saturação de distinções e recompensas gerou, já há alguns anos, um afunilamento dos prémios que poderá fazer pensar que não há mais que meia dúzia de filmes para condensar a excelência de um ano cinematográfico... Além disso, mais semana menos semana, estrearam todos no último trimestre. De tal modo que os Oscars correm o risco de serem vistos como a entediante "confirmação" de tudo o que já foi decidido...
Nos actores, por exemplo, repare-se neste quarteto: Eddie Redmayne (actor), Julianne Moore (actriz), J. K. Simmons (actor secundário), Patricia Arquette (actriz secundário). Quem ainda duvida que os Oscars de representação serão para eles? Insisto: não é o seu talento que está em causa, mas sim a estranha homogeneização dos prémios das mais diversas origens, com raríssimas excepções — quem se lembra, por exemplo, que Um Ano Muito Violento foi eleito melhor filme do ano, em Nova Iorque, pela National Board Review?
Enfim, só nos resta esperar que os Oscars baralhem todas as contas e, por uma vez, resistam a qualquer forma de seguidismo.
Enfim, só nos resta esperar que os Oscars baralhem todas as contas e, por uma vez, resistam a qualquer forma de seguidismo.