Quando o trabalho toma conta das novas leituras o retrato de um ano de livros acaba por ser um pouco como o que mostra a lista que se segue. Há que ter em conta que um ano de leituras não se esgota nos livros que acabaram de ser editados, e muito do que li este ano surgiu antes da vriagem do milénio. Mas entre as novidades há que assinalar sobretudo três olhares antológicos sobre três obras notáveis. A primeira, a de Nick Drake, figura que através de uma recolha de cartas, depoimentos, artigos publicados e novos ensaios tem em
Remembered For a While o seu mais completo retrato em livro até aqui realizado. Depois Derek Jarman. Através de uma seleção de páginas dos seus ‘sketchbooks’ descobrimos muito do realizador e do seu processo criativo. E depois Wes Anderson (que tal como o ‘Making of’ de Star Wars são livros da reta final de 2013, mas que só li este ano), cuja obra podemos aqui conhecer num permanente confronto com as referências (do cinema à música, da fotografia aos livros) que a alimenta. Nota ainda para um bom ano para a música portuguesa em livro. Do retrato das origens da nossa indústria fonográfica a um abc dos nomes das primeiras gerações do rock que aqui se fez, não esquecendo uma evocação de António Sérgio, houve motivos para ler o que aqui fomos e vamos ouvindo.
1. Nick Drake: Remembered For a While, ed. Gabrielle Drake e Cally Callomon
2. Derek Jarman’s Sketchbooks, ed. Stephen Farting e Ed Webb-Ingall
3. The Wes Anderson Collection, de Matt Zoller Seitz
4. The Invisibles, de Sébastien Liefschitz
5. The Making of Star Wars, de Peter Jackson e J.W. Rinzler
6. Machinas Fallantes, de Leonor Losa
7. Biografia do Ié Ié, de Luís Pinheiro de Almeida
8. The Greatest Albums You’ll Never Hear, de Bruno MacDoland
9. O Uivo da Matilha, com textos de vários autores
10. Finches of Mars, de Brian Aldiss