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Devil Pray corre o risco de ser mal interpretada como uma canção de encorajamento ou condenação das drogas — mas é mais sobre uma procura de espiritualidade, certo?
Não creio que, quando experimentam drogas, as pessoas estejam a dizer a si próprias, conscientemente, que querem aproximar-se de Deus. Creio que é uma coisa primitiva, algo mais inexplicável que acontece quando as pessoas experimentam a sensação de que estar drogado é estabelecer uma ligação com o universo, apreciar coisas ou ver detalhes que doutro modo teriam falhado, ou então sentir uma certo tipo de alegria eufórica. Em última análise, são sensações que não duram porque as drogas desgastam e depois vêm os efeitos secundários. Sempre que alguém chega à euforia de modo sintético, a ressaca vai aparecer. Claro que não estou a julgar as pessoas que tomam drogas ou a dizer "não tomem drogas" — estou a dizer, todavia, que é possível fazer tudo isso na procura de uma conexão com um nível superior, mas o resultado final será a sensação de estar perdido. As pessoas que tomam drogas estão instintivamente a tentar ligar-se a um nível superior de consciência, mas fazem-no por uma via que não poderá confortá-las.
MADONNA
in Rolling Stone (21/12/2014), entrevista com Caryn Ganz