segunda-feira, novembro 10, 2014

LEFFEST: humano, demasiado humano

FOTO: Nuno Galopim
[ Garrel ] [ Ferrara, 1 ] [ Malkovich ] [ Ferrara, 2 ]

* Here & Now, David Lynch e Jean-Michel Alberola

A exposição de Lynch/Alberola, criada para esta oitava edição do LEFFEST, segue um princípio dicotómico: trata-se de saber o que pode resultar do encontro entre um cineasta que gosta de pintar e um pintor que não é estranho aos prazeres da narrativa cinematográfica — sendo seu motor decisivo uma dupla litografia, que criaram em conjunto, “a quatro mãos”, em 2011, com o título emblemático de “Aplicação do princípio de equivalência” (na exposição, faz a ponte entre as 20 imagens de Lynch e as 28 de Alberola).
O resultado talvez se possa definir a partir de uma lógica narrativa cinematográfica: uma montagem paralela de imagens que, convocando ternos e cruéis fantasmas (Lynch) ou apelando a memórias ambíguas da arte Pop (Alberola), define uma narrativa em que o mundo desliza através de mapas imaginados, perversamente realistas (?), quanto mais não seja porque, mesmo nos traços mais lúdicos ou caóticos, o apelo da figura humana não se desvanece — o invisível é, provavelmente, uma secreta dobra do visível.