Lendário director de fotografia da indústria cinematográfica britânica, Oswald Morris faleceu no dia 17 de Março, na sua casa de Fontmell Magna, na região inglesa de Dorset — contava 98 anos.
Distinguido com o Oscar de melhor fotografia por Um Violino no Telhado (1971), de Norman Jewison, Morris começou por trabalhar como assistente de Ronald Neame e David Lean nos estúdios de Pinewood, estreando-se como director num aventura dirigida pelo primeiro, Golden Salamander/O Fantasma do Deserto (1950). Na sua admirável versatilidade, soube criar imagens essenciais a muitos títulos notáveis, desde a geometria do preto e branco — por exemplo, em Lolita (1962), de Stanley Kubrick, ou A Colina Maldita (1965), de Sidney Lumet — até às mais sofisticadas paletas de cores, como em Moulin Rouge (1952), de John Huston, assumindo a inspiração da pintura de Toulouse-Lautrec (interpretado no filme por José Ferrer). Huston foi, aliás, um dos cineastas com quem mais frequentemente colaborou (nove filmes no total), nomeadamente em Moby Dick (1956) e Reflexos num Olho Dourado (1967), este uma proeza invulgar no sentido de encontrar um look assombrado, capaz de "figurar" os fantasmas sexuais da personagem central, interpretada por Marlon Brando.
Movendo-se com igual à vontade em ambientes ligeiros ou dramáticos, a filmografia de Morris inclui a direcção fotográfica de títulos tão diversos como O Espião Que Saiu do Frio (1965), de Martin Ritt, Adeus, Mr. Chips (1969), de Herbert Ross, Autópsia de um Crime (1972), derradeiro e genial filme assinado por Joseph L. Mankiewicz, 007 - O Homem da Pistola Dourada (1974), de Guy Hamilton, ou Equus (1977), de Sidney Lumet. Em 1999, a American Society of Cinematographers distinguiu-o com o seu prémio internacional.
Sue Lyon — LOLITA (1962) |
O HOMEM DA PISTOLA DOURADA (1974) |
Trailer de MOULIN ROUGE (1952)
>>> Obituário no New York Times.