quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Novas edições:
Hard-Fi, The Best Of 2004-2014

Hard-Fi
"Best of 2004-2014"
Rhino
2 / 5

O surto de interesse gerado em 2004 pela (brilhante) estreia dos Franz Ferdinand abriu um espaço de redescoberta com espaços e heranças da new wave a uma nova geração de músicos e melómanos que, em solo britânico, despontavam para novas experiências em terreno indie. Nomes como os Kaiser Chiefs, White Rose Movement, Editors ou Kasabian, entre outros mais, ganharam visibilidade por essa mesma altura, engrossando fileiras que acolheram depois uma multidão de nomes, os Hard-Fi (oriundos de um subúrbio no Surrey – não muito distante de Londres, portanto) sendo um entre os muitos exemplos de revelações que o panorama então colocou em cena e a quem o estado das coisas ajudou a dar visibilidade. Estreados com o (interessante) single Cash Machine em 2005, sublinhando depois o bom momento com Tied Up Too Tight e o álbum de estreia Stars of CCTV, foram catapultados para um patamar de entusiasmo mediático made in UK com o NME a distingui-los com o álbum do ano, o Mercury Prize a nomeá-los e os Brits Awards a juntar cerejas ao bolo... Talvez colheita a mais para uma safra apenas mediana e que, como o mostraria o segundo álbum Once Upon A Time In The West (2007) não mostrou sinais de querer procurar mais que um terreno de conforto entre uma ideia pop/rock alternativa e sonhos de plateias maiores em estádio, os lugares comuns abraçados por tantos outros que os precederam tomando conta das canções, caminhando a sua obra para um espaço algo inconsequente por alturas do terceiro álbum, lançado em 2011. O tempo não lhes foi de facto favorável. De resto, da sua geração, e no seu comprimento de onda, apenas nos Franz Ferdinand continuamos a encontrar uma força atuante e consequente. Na hora de encontrar uma história de dez anos de Hard Fi sob o alinhamento de um best of reconhecemos pontuais episódios de singles bem nascidos. Mas, sabendo-se da memória da euforia que o nome em tempos gerou, espelha-se aqui um retrato de um (entre tantos) casos de uma obra que viveu mais entusiasmo que gerou matéria realmente entusiasmante como frequentemente acontece na segunda vaga de bandas que se seguem às que lançam e dão visibilidade a movimentos e acontecimentos que marcam, de facto, a história da canção pop/rock.