segunda-feira, dezembro 09, 2013

Novas edições:
Beedeegee, Sum/One

bEEdEEgEE 
“Sum/One” 
4AD/Popstock 
4 / 5 

Chama-se Brian DeGraw, é um dos elementos dos Gang Gang Dance mas, agora que se apresenta a solo, anuncia-se sob o nome bEEdEEgEE... Não muito longe dos territórios que percorre com o grupo que o colocou no firmamento dos peões indie do nosso tempo, a solo Brian promove uma demanda que procura diálogos semelhantes entre vários ecos, seres e espaços da Nova Iorque multicultural que desperta quando o Sol se põe. Em Sum/One, disco que enceta um percurso em nome próprio, parte de uma base de trabalho que junta amálgamas de acontecimentos sonoros com os quais define uma arquitetura de espaços onde, depois, evoluem, as composições, umas delas ensaios mais próximos das canções, outras, breves devaneios instrumentais cenicamente exuberantes e ritmicamente desafiantes. Eletrónicas (ocasionalmente mergulhando mesmo em terrenos eletro), elementos samplados e sons captados são peças de um puzzle de formas nem sempre imediatas, mas na verdade arrumadas segundo uma lógica que, sem procurar superfícies polidas, está também longe do caos. Ao longo do alinhamento de Sum/One emergem canções, nas quais encontramos momentos criados em colaboração com nomes como, por exemplo, Lovefoxx (das Cansei de Ser Sexy), Alex Taylor (a voz dos Hot Chip) ou até Lizzi Bougatsos (também dos Gang Gang Dance), esta última em Like Rain Man, que reforça a proximidade de sonoridades (e carteira de intenções) entre esta experiência a solo e o trabalho no grupo. De facto, sendo o responsável principal pelo trabalho com eletrónicas e moldagem de sons nos Gang Gang Dance, Brian deixa aqui claro que partilha pontos de vista entre o trabalho coletivo e esta mais nítida expressão de procura pessoal. Estamos num terreno mais feito de sugestões que de linhas claras e nítidas, às vozes (e às canções que protagonizam) cabendo a criação de rostos para uma música que está mais próxima dos hábitos de criação de música para cinema ou até mesmo soundscapes que do livro de estilo mais clássico, quer da canção quer da música de dança. Sum/One é uma experiência. Não confundir com jam session ou um jogo de ensaio e erro... Até porque a ordenação de tamanha quantidade de elementos e formas exige a reflexão de quem gosta de pensar a arquitetura dos acontecimentos sonoros. E, no fim, Sum/One é uma experiência plenamente compensadora.