terça-feira, dezembro 31, 2013

Contar 2013 em três episódios

Depois de tantas listas, hoje falo na primeira pessoa. E de trabalho. Foram 12 meses intensos. Com as rotinas habituais no DN, no site Dinheiro Vivo e na Radar, a melhor edição de sempre do Queer Lisboa e reforçada presença do Sound + Vision não apenas como espaço de informação, divulgação e reflexão mas também como motor de acontecimentos, os encontros mensais na Fnac Chiado sendo disso o mais evidente exemplo. Fui júri em dois festivais de cinema – o Timihort (em Timisoara, na Roménia) e o Córtex (em Sintra), que me permitiram ver ainda mais e melhor cinema. Como DJ fiz apenas três noites, a festa de abertura do Queer Lisboa, no Teatro do Bairro, tendo sido a mais entusiasmante (as restantes foram um set no Sabotage em noite com os Lur Lur e uma festa de recolha de fundos para o Checkpoint LX).

2013 foi também um ano de descobertas e novos projetos em construção de que darei sinais oportunamente. Mas para já, arrumo aqui memórias de feitos de um ano que, por razões naturais, não pude juntar às listas dos melhores de 2013.


Plutão. Já conhecia o Jorge Jácome. Mas o desafio de vestir uma personagem num filme aproximou-nos. Tive apenas de ceder a voz. Não a que faz os Discos Voadores na Radar. Mas uma voz que ele dirigiu (em ensaios e depois em estúdio) para um papel de presença subjetiva numa curta-metragem visual e narrativamente bela, com espantosa banda sonora do Luís Giestas. Foi a minha estreia como ator. E que honra estar num elenco partilhado pela Joana de Verona e pelo David Cabecinha. Foi diferente. Foi bom.


As Flores do MalColaborei nos três filmes que o Flávio Gonçalves realizou, todos eles estreados este ano em festivais de cinema. Co-produzi e fui consultor musical em De Manhã. Produzi As Flores do Mal. E fui consultor musical em Noite de Aniversário. Não sei o que 2014 me trará no cinema... Mas haverá notícias, espero... Porque destaco dos três filmes As Flores do Mal? Não só é o de que mais gosto como aquele em que sinto que colaborei mais ativamente (e no qual vi como uma boa pequena equipa pode fazer muito). Na imagem vemos o Flávio a dirigir a cena de abertura, com a Joana e o Francisco.


Contos de Amor e Trabalho num País: Portugal. A pedido do Nuno Rodrigues escrevi um pequeno livrinho sobre a história da Banda do Casaco que integrou a segunda das caixas com a integral da obra do grupo que a CNM editou na reta final do ano. É um dos nomes que mais admiro na história da música portuguesa. Depois de ter escrito uma biografia de Sérgio Godinho e ter trabalhado na arqueologia das memórias pessoais de António Variações que permitiram depois fazer o disco dos Humanos, esta foi uma experiência que guardo entre as que mais me satisfizeram profissionalmente.