segunda-feira, outubro 14, 2013

Novas edições:
Pixies, EP - 1

Pixies
“EP – 1”
Pixies Music
3 / 5

Começaram por regressar para concertos essencialmente feitos da revisitação de uma obra que marcou, como poucas, a história do indie rock. Depois ensaiaram mostrar uma primeira canção (Bam Thwok, em 2004), mais recentemente juntando ao catálogo Bagboy, um novo single (já em 2013). Mas agora, e depois da notícia da saída de Kim Deal, os Pixies editam um primeiro EP digital que enceta uma série de edições que promoverão através do seu site oficial... Chamam-lhe simplesmente EP – 1 e revela, desde logo, uma banda ciente da sua voz e do seu legado aqui promovendo um momento de clara continuidade face aquilo que deles sempre escutámos. O alinhamento abre ao som de Andro Queen, uma balada com conta da eletricidade em modo de poupança e que representa simplesmente um dos mais belos temas que o grupo alguma vez levou ao estatuto de “single” (foi este o tema escolhido para um teledisco que acompanhou o lançamento do EP). A canção transporta contudo a carga história dos instantes mais plácidos e melancólicos da obra dos Pixes e abre um alinhamento de quatro temas que cedo deixa claro que, mesmo tendo passado 22 anos sobre o lançamento do álbum Trompe Le Monde, o grupo optou por se manter fiel às sonoridades de então (que têm feito a sua vida em palco nos últimos anos), não se propondo sequer indícios de partidas para caminhos novos e diferentes. Em Indie Cindy, que junta mais viço e fôlego elétrico, num tema onde a voz de Frank Black se divide entre o canto e a fala (outro elemento “clássico”), confrontam-se inclusivamente sobre como o seu púbico acolherá esta nova proposta. Já Another Toe In The Ocean e o mais intenso What Goes Boom são mero acompanhamento para um regresso que vive mais de um reencontro com memórias, afinidades e ligações ao passado que com uma vontade em marcar o presente. Apesar do “doce” que se serve em Andro Queen, este EP não faz pelos Pixes o mesmo que fez o recente regresso aos álbuns dos My Bloody Valentine. Mas ao menos não representa o tropeção doloroso dos discos que nomes como os Bauhaus ou Culture Club gravaram depois das suas respetivas reuniões.