Ouviram dizer que havia um corpo junto ao rio, a alguns quilómetros da pequena cidade onde vivem. Foi o que bastou para que, de mochilas às costas e caminhando junto à linha de caminho de ferro, quatro rapazes partissem em segredo para a aventura das suas vidas a meio de umas férias de verão no distante ano de 1959.
Baseado num conto de Stephen King e realizado por Rob Reiner, Stand By Me (que entre nós estreou com o título Conta Comigo) deve o seu título à canção com o mesmo nome de Ben E. King, um velho clássico da soul dos sessentas que assim ganhou segunda vida em 1986 (convenhamos que The Body, o título do conto de Stephen King, não teria o mesmo apelo de Stand by Me). A narrativa assenta essencialmente na jornada dos quatro rapazes, no que encontram pelo caminho e nas pessoas que acabam de descobrir em si mesmas num tempo de revelações, no mais clássico sentido dos contos coming of age. Eles são Gordie (interpretado por Will Wheaton), Chris (River Phoenix), Vern (Jerry O’Connell) e Teddy (Corey Feldman) e avançam juntos rumo ao local onde ouviram dizer que estaria o corpo e de ouvem as histórias que Gordie (um futuro escritor) lhes conta.
O filme vive sobretudo da partilha de memórias de juventude e dos jogos entre personagens que Rob Reiner tão bem molda com os quatro jovens protagonistas. Destaca-se no entanto um ainda quase desconhecido River Phoenix que, depois da estreia no ano anterior na aventura sci-fi ligeira Os Expoloradores, revela aqui primeiros sinais de um talento maior que filmes futuros como Fuga sem Fim de Sidney Lumet ou A Caminho de Idaho de Gus Van Sant confirmariam em pleno.